De acordo com historiadores, as nascentes de água gasosa teriam sido descobertas no início da década de 1780, por um grupo de caçadores, após a derrubada da mata que cobria o local. Há também o relato de que as nascentes teriam sido descobertas por um homem chamado Tancredo que era um capataz de uma fazenda localizada na cidade de Campanha, enquanto ele cavalgava. Ele provou da água com sabor diferente e resolveu levar um pouco para sua noiva Cecília, que estava muito doente, que bebeu da água e segundo relatos, apresentou considerável melhora. O pai de Cecília ficou animado com o acontecimento e resolveu tratar a filha com a tal água durante vinte dias, alcançando assim a cura completa. Após o acontecimento, ele pediu autorização ao proprietário das terras, e em forma de agradecimento ele construiu uma capela denominada de Nossa Senhora da Saúde, onde foi realizado o casamento de Cecília e Tancredo, que viveram felizes até o fim de seus dias.
O primeiro trabalho médico de que se teve notícia mencionando as águas minerais de Lambari foi um estudo de Dr. Manoel da Silveira Rodrigues, surgido entre os anos de 1816 e 1826, no Rio de Janeiro, onde são assinaladas as propriedades e indicações das fontes.
A água é composta de ácido carbônico, devido à bacia hidrográfica de Lambari, que é rica em sais alcalinos. Quando em contato com a água, esses elementos produzem o gás que a caracteriza, e brota rica como nenhuma outra com seus princípios minerais e radioativos. O seu uso deve ser orientado por médico local, porque cada tipo de tratamento exige a ingestão da água em quantidade e hora certa.
Essas águas fluidificam a bílis, alcalinizando-a, atuam nas congestões hepáticas, nas cirroses, removem pequenos cálculos renais e vesicais e são indicadas nas cistites e uretrites. Nos banhos de imersão, denominados hidro-carbosos, é indicada na insuficiência cardiocirculatória. Uma consulta a um crenólogo (clínico especialista em tratamento com águas minerais) poderá tirar todas as dúvidas.
As Fontes
Fonte 1 - Gasosa: fortemente gasosa - rins e vias urinárias.
Fonte 2 - Alcalina: menos gasosa, porém o gás é mais dissolvido na água - estômago e intestino.
Fonte 3 - Magnesiana: gasosa, sendo, porém, mais radioativa - fígado e vesícula.
Fonte 4 - Tida como potável, é levemente gasosa e a preferida de muitos visitantes.
Fonte 5 - Ferruginosa, também chamada de fonte Maria: Cientificamente classificada como bicarbonada férrea. Ação vasodilatadora e hipotensiva. Muito pouco utilizada.
Fonte 6 - Picante, também conhecida como fonte Paulina: De ação diurética é indicada nos casos de intoxicações endógena e exógena.
Fonte 7 - Carbogasosa: sua água não é captada. Seu poço fechado encontra-se em frente ao pavilhão principal do Parque das águas. Há controvérsias entre autores e mineralogistas a respeito da quantidade de magnésio nesta água. Porém é comprovado que se trata de água fortemente radioativa, o que segundo crenologistas estimula glândulas endócrinas, especialmente a ovariana. Foi com esta água que a Princesa Isabel se tratou em 1868.